Capitães de Areia
Editora:companhia das letras
Tipo:novo
Ano:2022
R$ 50,00 -10%
R$ 45,00
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Desde o seu lançamento, em 1937, Capitães da Areia causou escândalo: inúmeros exemplares do livro foram queimados em praça pública, por determinação do Estado Novo. Ao longo de sete décadas a narrativa não perdeu viço nem atualidade, pelo contrário: a vida urbana dos meninos pobres e infratores ganhou contornos trágicos e urgentes. Várias gerações de brasileiros sofreram o impacto e a sedução desses meninos que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. Verdadeiro romance de formação, o livro nos torna íntimos de suas pequenas criaturas, cada uma delas com suas carências e suas ambiçõe ... Ler mais
Tipo do livro
Faixa de desconto
Preço
Ano de publicação
Muito bom
Gostei muito da leitura. Também tenho consciência de que é um livro escrito há mais de 80 anos. Jorge Amado estava com 25 anos quando o lançou. Mas Pedro Bala estupra uma adolescente negra. Está certo que ele também era um adolescente de 15 anos quando cometeu a violência sexual. Mas descrever o episódio mais como um momento de sensualidade e virilidade do personagem não coloca o ocorrido em seu devido lugar, que é o de um gesto pavoroso de violência sexual contra uma mulher. Também tem a parte da homofobia. Jorge Amado reproduz a visão católica de homossexualidade como pecado abominável, que é jogar azeite fervente em chagas de gente já bastante sofrida com o preconceito. Mas, afora esses dois pontos, é uma leitura muito boa. Quem tem casa e comida costuma desumanizar quem não tem, por mais que se diga cristão e temente a Deus. O pavor do brasileiro médio pelos mais pobres continua tão atual quando o foi pra Jorge Amado nos anos 1930.